quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fado Feliz...

...

Há uma semana que voltei a Coimbra...foi um longo dia!
Parece que acabei de chegar...ou que não cheguei a acordar naquela manhã! Mas...
Eu fui!!!

Eu chorei...mas dormi.
Eu temi...mas não parei.
Eu caminhei, corri...encontrei!

Fiz o que me mandou o coração...não pensei, senti!
Dei à minha alma o alimento que vou recuzando ao corpo e
senti-me sassiar uma fome que não sabia alimentar!
Foi tão bom, tão lindo!

O cheiro, a música de cada lugar...
O sol, a água, o luar!
Abracei o vento e dei as mãos às folhas verdes que desabrocham...rodopiei e saltei por entre a calçada, a relva, o chão, mas fui!

Tive calor, também tremi...tive sono, fome...mantive-me acordada mas continuei a sonhar!
Andei pelos lugares comuns, mas fiz de cada canto uma nova descoberta e o meu mundo coube na palma da mão!

De repente estava tudo de novo ali...e eu também!

Nada na minha vida é fácil...nunca foi e não creio que venha a se-lo um dia...mas ainda me surpreendo como é que há tantas coisas insignificantes que, conseguem desiquilibrar o nosso estado de espírito e virar tudo de cabeça para baixo, em segundos!

Continuo portanto a ser muito grande e muito pequena...gosto disso...quer dizer que o mundo ainda é um lugar estranho...e que eu ainda sou um lugar estranho no mundo...

Ainda me custa teclar...os meus dedos quase se recusam a ceder as pontinhas...porque ainda sentem os cabelos ondulados, da mare do meu pranto...na hora da despedida!
Queria guardar esta sensação para sempre...mas não posso!

Coimbra é parte integrante do meu corpo e da minha mente...preenche e enriquece parte da minha memória e alimenta-me a alma, sem dúvida!

Mas sei que faz parte de uma fase única e que, como tal, tem vivências irrepetíveis e pessoas que vão seguir as suas vidas!

Ainda não consigo dizer adeus...nem acredito que tenha de o dizer...pelo menos não de uma forma definitiva em todos os sentidos...vou dizendo um adeus diferente, de cada vez que tiver de partir...um adeus associado a cada parte de mim, que não se pode reptir...

Mas o Mondego corre-me nas veias...as docas banham-me os pés e a ponte levar-me-á sempre a outra dimensão da existência...

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