terça-feira, 20 de maio de 2008

Silêncio...

Silêncio...
Ensurdecedor!!! Por vezes é mesmo...

No silêncio cabem todas as palavras, todas as realidades!

Em silêncio podemos conversar e escutar, sem falar nem ouvir!

O silêncio acolhe e aconchega, revela e demonstra...mas também repele e expulsa, esconde e disfarça...

Na voz de Ronan ketting diz-se que "You say it best, when you say nothing at all..."

...e já houve tempos em que assim foi!

Bastava o teu olhar, o teu sorriso e o teu abraço para eu me alegrar...parecia que me falavas directamente ao coração e, sem dizeres uma só palavra ali estavamos nós, em plena sintonia, a receber um do outro aquilo que nenhum dizia!

Durante meses e meses, plantámos sementes, regámos sonhos e colhemos cumplicidade, na fertilidade do silêncio que nos envolvia...na inocência que permanecia entre nós, nas palavras que nenhum pensava...e que, como ninguém racionalizava, não existia!

Depois vieram as palavras...as acções e as reacções, as justificações, racionais e prolongadas...as memórias deixaram de ter apenas cor, sabor, luz e passaram a ter palavras, imagens e sons...

Até que se impôs de novo o silêncio...

"Quem cala, consente!", dizem...não sei, mas quem cala, de certo não se mostra, nem se faz ouvir, portanto, deixa no Silêncio espaço...

Espaço para o bem e para o mal...espaço para as palavras que não profere, para as verdades que não defende, para as ideias que não partilha, para a realidade que não constrói!

Abstendo-se de quebrar os muros do silêncio e a distância que se impõe do vazio, da aso a que se ergam para o preencher...o engano, o cansaço e a mentira, do que pode nunca se esclarecer!

Ronan Ketting e Paulina Rubio: "When you say nothing at all"

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