domingo, 2 de março de 2008

Sala de Espera

Nota: fotografia de mª Inês Ramos, quadro pintado por MI, noutro contexto, pelo aniversário de uma grande amiga...Di <)i(>

Às vezes acho que a vida é uma sala de espera. Uma enorme sala onde, desde que nascemos esperamos pela morte…alguns por outra vida, ou por outra forma de viver!

Durante o tempo de espera vamo-nos propondo a desafios, comprometemo-nos, traçamos metas e lutamos por concretizar os nossos objectivos!

Depois há as verdadeiras salas de espera…

Variadas foram desde sempre as razões que me levaram e detiveram em salas de espera, desde tenra idade...com o passar dos anos, fui aprendendo a esperar..."saber esperar é uma grande virtude", dizem...como sempre quis ser uma menina virtuosa esforcei-me por combater a impaciência, natural da idade e própria de quem vive na busca incessante do que vem a seguir!

Vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas, semanas após semanas, longos meses, fizeram-me ver que a vida é, não só uma sala de espera, como ainda nos obriga a uma contínua mudança de salas e filas, em que nem sempre a ordem de espera é respeitada, em que às vezes não queríamos ser atendidos, ...enfim!

Caprichos à parte, nem sempre me importo de esperar, sei que até por uma questão de respeito e disciplina tenho de o fazer e que há diversas formas de saborear e rentabilizar o tempo que somos obrigados a esperar...o tempo em que a vida nos pára!

Há sérias razões para as paredes não falarem...as salas de espera sabem bem porquê...

Lado a lado 26 cadeiras estão disponíveis para receber quem tenha de esperar...há uma mesinha no centro onde restos de revistas e jornais descansam dos vários meses de trabalho...

Para espectadores mais atentos esta sala de espera poderia tornar-se uma sala de espectáculo...talvez já o tenha sido, talvez o seja pelo menos nas festas de Natal...

No centro há um pequeno estrado de madeira forrado de alcatifa...as janelas e o pilar central que divide a sala têm cortinas escuras e grossas...há luzes na parede...

...azul, amarelo, verde e vermelho...

Ali não há encenações...qualquer falsidade fica lá fora...sabem que podem chorar, tremer, dormir, rir descaradamente, sorrir, ouvir, falar, comer...

Quem entra diz bom-dia, quem sai deseja as melhoras ou boa sorte! há rostos, nomes e histórias familiares, amigos que se reencontram mês a mês, se for o caso.

Para a maioria dos que ficam lá fora, quem espera estas consultas não está bem da cabeça...para a maioria dos que esperam, quem não tem coragem de entrar está com problemas...e não consegue sequer assumi-lo!

Com o tempo e a convivência vou-me apercebendo dos tiques, dos nomes, da postura, talvez das razões que levam aquelas pessoas aquele lugar...tal como eu! Começo a achar que não são deprimidos, rejeitados ou incompreendidos...são seres mais sensíveis ao mundo e à sua própria existência, que não aceitam nem absorvem doenças como a inutilidade, o cinismo, a apatia, o consumismo desenfreado, a concorrência desleal, a desvalorização do Ser Humano!

Pela primeira vez na minha vida estive sozinha numa sala de espera...a certeza absoluta e visível de que seria e fui, a última!...como tive mais tempo para pensar, pensei mais! Apercebi-me de coisas de que antes nunca me tinha apercebido...sobre mim!

Nasci a 31 de Julho de 1986...o que é que isto tem de especial?...nasci no último dia do primeiro mês do último semestre do primeiro ano da última metade da década de 80!!!

Digam lá se isto não é brutal?!para desempatar e ter esperança, lembrei-me que fui a primeira filha...vá lá!

Desde esse dia que espero e procuro essa outra existência...que, ou tem esperado, ou tem procurado...ou não sabe, ou não vem...ou já morreu, ou não existe...não sei!

Continuo na sala de espera...

Deus Tem o Controle!

"Emy era uma linda menina de três aninhos de idade. Ela morava em algum lugar dos EUA, em frente ao mar. Sua família era cristã. Eles iam todos os domingos à igreja e faziam culto doméstico.

Emy era muito feliz! Ela amava sua família e admirava os olhos azuis de seu pai, sua mãe e seus irmãos. Todos na casa de Emy tinham olhos azuis. Todos... Menos Emy ! O sonho de Emy era ter olhos azuis como o mar... Ah! como Emy desejava isso!

Um dia, na escola dominical, ouviu a "tia" dizer: "Deus responde a todas as orações!"

Emy passou o dia todo pensando nisso...

À noite, na hora de dormir, ajoelhou ao lado da sua cama e orou:

"Papai do Céu, muito obrigada porque você criou o mar que é tão bonito! Muito obrigada pela minha família. Muito obrigada pela minha vida! Gosto muito de todas as coisas que você fez e faz! Mas...gostaria de pedir...por favor... quando eu acordar amanhã, quero ter olhos azuis como os da mamãe! Em nome de Jesus, amém."

Ela teve fé. A fé pura e verdadeira de uma criança. E, ao acordar, no dia seguinte, correu para o espelho. Olhou... e qual era a cor de seus olhos?... Continuavam castanhos!

Por que Deus não ouviu Emy? Por que não atendeu ao seu pedido? Isso teria fortalecido sua fé? Bem... naquele dia, Emy aprendeu que "Não" também era resposta! A menininha agradeceu a Deus do mesmo modo... mas...não entendia...só confiava.

Anos depois, Emy foi ser missionária na Índia.

Ela "comprava crianças para Deus" (as crianças eram vendidas por suas famílias - que passavam fome - para serem sacrificadas no templo, e Emy as "comprava" para libertá-las desse sacrifício).

Mas, para poder entrar nos "templos" da Índia sem ser reconhecida como estrangeira, precisava disfarçar-se de indiana: passava pó de café na pele, cobria os cabelos, vestia-se como as mulheres do local e entrava livremente nos locais de venda de crianças. Emy podia caminhar tranqüila em todo "mercado infantil", pois aparentava ser uma indiana.

Um dia, uma amiga missionária olhou para ela disfarçada e disse:

"Puxa, Emy! Você já pensou como você faria para se disfarçar se tivesse olhos claros como os de todos da sua família? Que Deus inteligente nós servimos... Ele lhe deu olhos bem escuros, pois sabia que isso seria essencial para a missão que lhe confiaria depois!!!"

Essa amiga não sabia o quanto Emy havia chorado na infância por não ter olhos azuis! Mas Emy pôde, enfim, entender o porquê daquele NÃO de Deus há tantos anos!

Bem...o que eu queria dizer com essa longa e bonita história?

Apenas dizer que DEUS ESTÁ NO CONTROLE DE TUDO!

Ele conhece cada lágrima que já rolou do canto dos seus olhos. Ele sabe que, talvez, você quisesse "olhos de outra cor". Ele ouve, sim, TODAS as orações... Mas Ele as responde de modo sábio!

Não precisa chorar se seus olhos continuam castanhos... ou se você ainda não foi atendida(o) como gostaria.

DEUS TEM O CONTROLE DE TUDO!

Tenha sempre esta certeza no seu coração!"

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