sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Percursos


Onde andas Coimbra, que não te encontro?

Que fizeste aos teus penedos que ruíram?

Onde estão as varandas das janelas que se fecharam?

Porque calaste o Mondego que não mais quer correr?

Por onde passo tuas pontes se não mais há margens onde chegar?

…Nem as pedras da calçada ficaram para me ouvir…

Fugiu de mim o caminho por onde quis seguir…

Não há já por onde voltar!


Quero soprar estrelas,

para que o seu brilho apague a luz que deixaste em mim!

Quero que a minha praia se erga agora aqui…

para poder enterrar na areia todas as lembranças

e deixar que cada onda arraste cada marca tua!


Que fizeste ao mês de Setembro?

Por onde fazes agora as tuas caminhadas?

Quem caminha ao teu lado?

Com quem choras tua alma?

Qual o decurso do teu rio?

Que é feito das noites quentes ao luar?

Onde são ditas as palavras…no silêncio de que olhares?


Não há café com água, não há cevada com adoçante…

Não há um lugar à frente do outro ou um gelado de chocolate…

Venha o descafeinado para que tenha sono…

De volta ao açúcar que me diz:

”UM DIA CASO CONTIGO! Esse dia é HOJE!”

(momentos NICOLA)

Não quero ser uma pessoa amarga!


Venham os sabores como a Baunilha…o arroz empapado e insosso!

Não há gelados mas também não há caminhadas…

Não há conversas mas também não há baladas!


Venha a Chuva...

Que lave a minha alma

Não quero que as lágrimas

se entrenhem no meu rosto

Que o céu lamente comigo este desengano!


Despeço-me das sandálias onde erguias ordem e progresso…

Que, de botas altas saiba andar até ao sucesso!

Aconchego agora os ombros onde choraste…

Que os casacos de pelo enchuguem o que molhaste!


Quero o Inverno…

Dói demais ver que as flores ainda não morreram

E as folhas ainda não caíram

Que as nuvens ainda não chegaram

E as noites ainda têm luar,

mas que eu...

já não estou contigo!

Texto e Imagem de Mª Inês Ramos.

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