terça-feira, 20 de maio de 2008

O Amor anda Cego...

"O amor é cego..." eu digo que: Nós não o Vemos!
Eros, Philos e Ágape!

A atracção vem de Eros...aquilo a que eu chamo, atracção físicoquímica;)

No fundo, são as mensagens que transmitimos e recebemos dos outros, por instinto, através da energia que, por sermos seres vivos emanamos.

A amizade e a correspondência vem de Philos...que considero ser o amor que temos pela nossa família e pelos nossos amigos...Aqueles que nos fazem usar a palavra «Amor»;)

E Ágape...que segundo Paulo Coelho é "O Amor-que-Devora";))
Aquele que nos absorve, que nos preenche, que nos faz ir ao outro, ser tudo em todos e ser eles também, em nós...

PC diz então que "O Conhecimento vem de Ágape: na aplicação práctica na Vida. Tem de ser um caminho que possa ser trilhado por qualquer um." ... mas eu pergunto-me tantas vezes...E se nunca atingirmos esse conhecimento?...

Todos os dias me cruzo com pessoas...corpos que deambulam pelo mundo...o mesmo que o meu!

Ás vezes andam sozinhas, outras lado a lado, frente a frente, umas atrás das outras...de costas voltadas! Falo-vos das pessoas que vejo, porque não vos posso falar dos seres que as habitam...não os conheço, na maioria dos casos!

Olho então à minha volta e vejo casais...de pombos, de cães, de homens e mulheres...

...Mas sinto que o amor anda, muitas vezes cego (não creio que sejam esses os casos em que seguem de mãos dadas, mas...;))

Perco-me então nos meus pensamentos...sem saber onde começa e acaba agora a minha imaginação, sinto-me voar para o meu próprio mundo...para o mundo do meu próprio amor...

Penso em todos estes anos em que tenho procurado o amor...em que tenho esquecido o amor...em que tenho expulsado o amor...em que tenho inventado o amor...em que tenho gozado com o amor...em que tenho ignorado o amor...em que tenho chorado o amor...em que tenho sido amiga do amor...em que tenho sido amante do amor...em que tenho sido escrava do amor...em que tenho sido irmã ou prima, ou mãe dele...

Percebo agora que sou sobretudo peregrina do amor...e que ele é o meu objectivo de vida...a espada da minha busca...e que nunca antes tinha pensado nele dessa forma!

Percebo também um pouco melhor o porquê de ainda não ter encontrado noutro ser, o "meu" amor-que-devora...o amor-que-devora(rá) o meu amor!

Percebo que "O teu (meu) acto de caminhar não existia. Existia apenas o teu (meu) desejo de chegar."
E perdi-me no caminho...perdi-me na forma de caminhar!!!
Fiquei tão fixada na ideia de que tinha de O encontrar, que me esqueci de saborear tudo o resto que o meu caminho tinha para me ensinar...para me dar, para me ajudar a crescer, para me ajudar a chegar!

Esqueci-me de dar valor a todos os outros tipos de amor que dei e recebi ao longo do caminho...

Esqueci-me de pensar o que era preciso guardar do caminho e deixar no caminho, para estar pronta para receber a minha espada...

Esqueci-me de pensar no porquÊ da minha busca...no porquê da minha Ânsia...no que é que me faz querer tanto o Amor e o que é que vou fazer com ele!!!

Vejo agora que muitas vezes tive nas mãos a oportunidade de o agarrar...mas...deixei-o ir...ou deixei que mo tirassem!!! Porque não me senti digna de o receber, porque não me senti pronta, porque me senti perdida perante a evidencia de que tinha chegado a minha vez...e...perdi!!!

Por inocência, cobardia, excesso de outras coisas ou carência de outras tantas...impedi o meu próprio ser...a minha alma, o corpo e a minha mente...de alcançarem o seu próprio objectivo...de caminharem no seu próprio curso, de viverem a sua própria missão!!!

Muitas vezes é assim...Negamo-nos a travar o combate que o nosso coração nos pede.

Aquele que nos impele, falado no código secreto da alma, na língua que tão bem conhecemos, e que ouvimos tão pouco!

Vivemos na amargura do desencontro com a nossa vida e, quando estamos perante a ventura de tornar essa esperança numa realidade...preferimos sofrer...preferimos pensar que ainda temos que nos sacrificar pelo outro, mais uma vez...que nós, podemos esperar!

Duvidamos da vida...duvidamos das pessoas que a vivem connosco...duvidamos do nosso coração...duvidamos do nosso Deus!

Tremem-nos as pernas...seca-nos a boca...dói-nos o estômago e...

- Deixamos que o vento leve mais uma vez a brisa que procuramos em todos os vendavais...

- Que a chuva lave os sonhos que criámos em cada tempestade...e,

- Que o Mundo gire de novo, virando-nos as costas do Anjo, que nunca conseguíamos avistar!

Um carro que chia, uma criança que chora, ou simplesmente um raio de sol que me atinge de frente e volto à realidade que me circunda...

Incrível como hoje-em-dia tudo é permitido e tudo é proibido! Pois...

De volta às pessoas que desfilam aos pares penso então, com os pés na Terra, nas relações que já nos habituámos a ter...

As pessoas falam-se, tocam-se, beijam-se e pronto...trocam fluidos, partilham o corpo e o pão...muitas vezes juntam-se e seguem até que a vida as separe!

Estou sozinha, mas não queria estar com alguém assim...

As pessoas falam, mas são raras as que conversam...
As pessoas tocam-se, mas quantas são as que sabem sentir-se?
As pessoas beijam-se...mas quantas sentem e ouvem o que se dá num beijo?
As pessoas "dormem juntas"...mas quantas partilham realmente a "cama"?

Posso estar a ser injusta...ignorante...e não quero julgar ninguém...
Os meus amigos dizem que vejo um Mundo colorido...mas acho que neste momento ele realmente perdeu a cor para mim...

Houve fases da minha vida em já tinha perdido a esperança de encontrar esse "Amor"...depois, por algo ou alguém, às vezes não sei bem como, voltava a nascer em mim essa alegria...essa força...agora...bem...agora não sonho mais!

Sinto que as pessoas se encaram como aquisições umas das outras, que os "pares" se formam para escapar à solidão, para aceder à estabilidade ou à segurança...volta dentro de mim a questão das relações desinteressadas...

Sinto que são cada vez mais raros os "casais"...aqueles que realmente ouvem o outro e se sentem ouvidos...que depois do que ouvem e do que dizem, se sentem encontrados no outro e que o outro também se encontrou...que partilham o seu passado, que constróiem, pouco a pouco, muitas vezes sem se aperceberem, um presente comum...mas sobretudo...que aspiram ao mesmo futuro!

Acho que é isto que faz a diferença...e que a tem feito para mim...a muito custo já houve pesso(a)s com quem já consegui partilhar o meu passado...até ja me vi a construir presentes a dois...mas não há quem me queira no seu futuro e quem eu veja que poderia ser o meu futuro!

Os valores são se consolidam, os caminhos não se fundem e os objectivos de vida, os sonhos, não são compatíveis!

Sou eu que não vejo o Amor ou é ele que me ignora?
Sou eu que não procuro o que é certo, ou não procuro no sítio certo?
Sou eu que me escondo e me fecho...ou me abro demais e assusto?

Nota: encontrei este texto num blog desconhecido para mim...não sei se é a letra de uma canção ou um poema da autoria de quem o assina...mas levou-me a Ti...não adianta nada...mas!

Quem És Tu

Quem és tu que vieste tão de repente,
que chegaste num momento não esperado,
não procurado

Que com palavras sábias, e ternas,
singelas e sinceras, conquistou o meu afeto,
minha admiração e minha confiança

Quem és tu que me despertou novas emoções
com apenas uma canção
uma canção em forma da mais doce voz...

A quem eu escutava e sentia vontade
de ensinar, de ajudar, de estar perto,
de apenas me fazer sentir presente...

Quem és tu com essa sabedoria e luminosidade
que carrega dentro de si
que é tão forte a ponto de poder senti-la...

Que se faz presente
em meus pensamentos
mesmo estando ausente em presença...

Que conseguiu entrar dentro
do meu coração sem pedir licença,
sem pedir permissão, e que ficou aqui dentro
marcado feito uma tatuagem no meu peito...

Quem és tu, oh doce menino,
a quem eu quero estar sempre ao lado
a quem eu quero confortar, a quem eu quero
estender minha mão e oferecer meu colo e meu ombro...

A quem eu pude olhar nos olhos
e ver o reflexo da pureza, da paz,
da harmonia e da compreensão...

Quem és tu que meus olhos refletiam
com tanta proximidade e tanta doçura,
com tanto afinco e gostar...

A quem os anjos aplaudem
e irradiam-se de alegria cada vez que
um sorriso brota de seu lindo rosto de menino...

Que emana graça, vida, luz,
generosidade, simplicidade e
uma imensa tranquilidade e ternura...

Quem és tu, oh doce menino,
cujos olhos refletem o brilho das estrelas no céu,
a lua em toda e sua majestade e
o reflexo de sua beleza nas águas do mar...

Cujas palavras são como a brisa das colinas,
como a beleza dos vales e como
o som das ondas quebrando na areia...

Quem és tu, cuja voz soa tão suave
aos meus ouvidos como a mais linda das canções
e me faz lacrimejar de emoção...

Que só de estar perto
faz meu coração palpitar, os meus olhos brilharem
e meus lábios sorrirem...

Que faz minh'alma se encher de alegria,
e meus pensamentos se voltarem
unicamente para os seus passos...

Quem és tu, oh quem és tu,
a quem meu coração chama, a quem minha alma clama
para expressar o que há de mais
lindo e profundo em mim...

Quem és tu, oh doce menino,
a quem mais inesperadamente entreguei
o melhor de mim...

O meu amor...

(Fátima R. Bantim)

p.s.:se conseguiste ler todo este texto...obrigada;)

1 comentário:

Anónimo disse...

*-*
Adorei o texto! É simplesmente perfeito. Sem palavras.