sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Pegadas


Deixo no chão marcas da minha passagem

Da passagem do meu corpo sobre o pó

Da presença imediata do peso que carrego

Da alma que flutua no corpo que deambula…


Esse chão que acolhe os passos

Passos de um caminho sem destino

De tantos destinos traçados

À espera de pés que os percorram…


Sem pensar afasto a areia que descansa

E marca o rasto do calçado que transporto


Por todo o lado

Me encontro

E me perco


Por entre rastos de alguém que já fui

Ou ainda quero ser!

Olho com a transparência da água que me embala

Para a silhueta da raiz que me alimenta!


No tornozelo que dança

Inquieto porque estou imóvel

ainda existe o cordão de uma memória que não partiu!


Com nostalgia pelos caminhos percorridos

E o os segredos selados

É amarra e trampolim

De uma alma que se lamenta

Que anseia pelo fim!


Os novos caminhos

Que agora se abrem

Mostram uma névoa luzidia

Poeira de um andar por inventar

E de um passo por existir!

Texto e Imagem de Mª Inês Ramos.

Nota:...entretanto a pulseira já se foi...outras amarras me prendem agora a um futuro que já se tornou passado!

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