quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ainda Não Sei...

Na minha cabeça...


Não (tenho) segredos a contar
Não (pretendo) gritar ao Mundo o que sinto
Não (quero) enumerar os meus planos
Não (sinto) o feeling de outras linhas
Não (encontro) as palavras de outras magias

Mas sei que preciso de escrever!

Quero descobrir o que possa criar assim
Quero encontrar essa voz que fala dentro de mim
Quero saber o que esconde a mão que balança
Quero percorrer esse trilho que o imaginário confessa!
Quero ler esse querer e não querer, que me mostra que agora, aqui, o "não" pode ser "sim", se o souber perguntar de outro modo...


ou o "sim", que descubro no "não" que exijo falar, por trás das perguntas que não quero formular...fugindo das respostas do bem querer, que questiono até sentir...que sei e que quero...embora não queira e o diga, também agora, aqui!


14 de janeiro, aula de Guionismo


Ainda não sei o que penso disto, mas acho que não gosto.
Gostar não é bem o termo, porque quando estou contigo não consigo não gostar.
Eu não quero e acho que não quero gostar.

Por impulso sei que quero estar contigo…naturalmente sei que me sinto triste perto de ti.

Como não gosto de me sentir triste e de me ver a ser triste, prefiro estar longe.
Mas, e se daqui a pouco estar longe vai ser mais que obrigatório, agora ainda não o e, pelo contrário, tem-se tornado difícil e…também não sei se, o facto de ao pe de ti me apetecer chorar não se aguenta bem, comparado com a sensação de sentir a tua respiração, ouvir a tua voz, por vezes cantada e sussurrada…

No fundo eu não sei o que pensar, tão pouco o que sentir, mas o instinto diz-me para não querer…e também para não gostar.

Não sabendo também objectivamente o que significaria “querer” e “gostar” no nosso caso, fico na mesma!

Sei que detesto a sensação de estar em combate comigo mesma…começo então por saber que não quero estar em desequilíbrio interno e que não gosto de me sentir pressionada por mim mesma e, ainda por cima, de ter de estar com medo do que a outra parte de mim possa se lembrar de dizer ou fazer, a qualquer altura!

Chego aos poucos também à conclusão de que ainda há muita coisa que te queria dizer…como é que pode haver ainda na minha cabeça, tantas palavras, boas e más, dedicadas a ti...hoje talvez tenha a dizer-te simplesmente Obrigada, Boa Sorte e Parabéns!

Cada vez que penso nisto decido que vou manter-me calada…que se tiver de conviver contigo calada, nem digo o que não quero, nem corro o risco de dizer o que ainda nem sei que penso ou sinto! Logo eu que adoro falar, retorquir, comentar, criticar, explicar, divagar e tantas vezes, confessar…sei que é melhor para mim…que a partir desse nosso outro tempo, devo manter o silencio…que o meu verbo deve ser escutar…

Incrível como é que uma coisa tão simples ainda me faz perder tanto tempo e, uma pessoa tão simples ainda me faz sentir tão confusa e, uma situação tão banal ainda me faz ficar tão insegura.

O mais ridículo é que não adianta nada, coisa alguma a este respeito. O mais ridículo é eu não saber o que sei e o que não sei, o que quero e o que não quero, depois de todo este paleio, depois de todo este tempo em silencio, depois de conhecer tantas pessoas e me sentir tão pequena e me achar a crescer tanto!

Há tanto mundo lá fora, há tanta gente cá dentro...
Há tantos sonhos a nascer, há tantos planos por água abaixo!
Há tanto futuro nas minhas mãos, tanto caminho nos meus pés e tanto medo na minha cabeça!

Por falar nesse meu amigo…medo. De que é que tenho medo neste momento?
Já não penso nisso há algum tempo (seja dito que, há algum tempo que não tenho tempo para pensar em nada!).
Tenho medo de mim.
Tenho medo de ti.
Tenho medo de mim e de ti, mesmo sabendo que não existe um nós.
Tenho medo de não saber lidar com o que já passou.
Tenho medo do que possa passar-se.
Tenho medo das consequências do que tudo isto pode ser no futuro.
Tenho medo de pensar como de sentir.
Tenho medo de rezar como de mentir.
Tenho medo de falar como de ouvir.
Tenho medo de imaginar como de perguntar o que não sei existir.
Tenho medo de estar a entender mal, tudo outra vez.
Tenho medo de achar que sei o que não sei
E de não perceber que sei o que sei, se souber alguma coisa.
Tenho medo de confiar em ti e sofrer outra vez.
Tenho medo que te desiludas a ti próprio.
Tenho medo de estar perto de ti.
Tenho medo de ficar longe de ti para sempre.
Tenho medo de perceber que nada faz sentido.
Tenho medo que nada faça sentido e eu não saiba disso.
Tenho medo que as coisas sejam sempre só na minha cabeça.
Tenho medo que as coisas deixem de existir na minha cabeça.
Tenho medo de gostar de ti por muito mais tempo.
Tenho medo de deixar de gostar de ti e de um momento para o outro.
Estava com medo de não saber de que é que tinha medo (já que não sei nada) e agora fiquei com medo por tudo o que descobri que temo. E agora? MEDO!
Descobri mais uma coisa que sei! Sei que não quero ter medo!
Sei que costumo enfrentar os meus medos, sei que aceito desafios, sei que não vou desistir até saber mais, até querer o melhor, até sentir que estou bem, até temer que as coisas voltem a estar mal (porque quererá dizer que tudo ficou bem!)


Em casa, depois do rox e da casa do Vasco, 06h40m. 23.01.08

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